Neste mundo egoísta e virado para o materialismo, já vão sendo cada vez menos os gestos delicados e os sorrisos simpáticos que se trocam entre os transeuntes nas ruas, nos transportes públicos (cada vez menos) para a labuta do dia-a-dia, ou até nos vizinhos das mesas dos cafés, que não sabem o que fazer do tempo para que este passe sem que deixe uma sensação doentia em seus espíritos. Para quem estava habituado a trabalhar, o café parece um albergue naqueles momentos em que se fica absorto, a reflectir no que está a acontecer ás suas vidas, sem encontrar a resposta.
No mundo actual, uns vivem a pensar como sair da vida angustiada em que estão mergulhados; outros, preocupados em manter o seu quotidiano psíquico e financeiro estável, outros ainda em acumular mais e mais capital, mais e mais património.
O sorriso, a simpatia, a amabilidade, já só vem daqueles que não têm nada e vivem, mesmo assim, pacificamente, num mundo injusto, mas sem um sentimento de revolta, sem um lamento, sem um grito de desespero